"O Natal vem da infância do tempo, é uma criança
com coração de estrela prometida e um desejo
mais ardente, embalado no berço das promessas.
O Natal chega alado na bruma de Dezembro,
uma asa de temperança outra de esperança
e um frémito branco a lastrar no sorriso.
Chega com seus passos transidos de frio
e traz na mão a calentura dos afectos
e entra pela porta calada da meia-noite
que é uma chaminé de demoras abissais.
O Natal chega e senta-se à mesa intensa dos encontros.
Tem o aroma das filhós e das azevias,
um leve travo a lenha consumida
e conta histórias antigas de avós meninos
e tem nome de pai e ternura de mãe
e ar de brincadeira de irmão mais novo
e palavras de amigo que se guardam para sempre.
É menos feliz, visto de tão perto, o Natal,
uma pequena lágrima rola-lhe ao canto do olho,
com o brilho de uma dor e a cor que escurece as fomes.
Um pianíssimo coro de vozes mínimas entra,
como um arrepio, por nós adentro e ninguém,
ninguém se atreve a ignorar os meninos agachados na sombra.
O Natal chega. Aconchega. Convida.
Dura apenas o tempo de uma vela
ou a eternidade imponderável de uma memória!"
Paulo Ferreira Borges
com coração de estrela prometida e um desejo
mais ardente, embalado no berço das promessas.
O Natal chega alado na bruma de Dezembro,
uma asa de temperança outra de esperança
e um frémito branco a lastrar no sorriso.
Chega com seus passos transidos de frio
e traz na mão a calentura dos afectos
e entra pela porta calada da meia-noite
que é uma chaminé de demoras abissais.
O Natal chega e senta-se à mesa intensa dos encontros.
Tem o aroma das filhós e das azevias,
um leve travo a lenha consumida
e conta histórias antigas de avós meninos
e tem nome de pai e ternura de mãe
e ar de brincadeira de irmão mais novo
e palavras de amigo que se guardam para sempre.
É menos feliz, visto de tão perto, o Natal,
uma pequena lágrima rola-lhe ao canto do olho,
com o brilho de uma dor e a cor que escurece as fomes.
Um pianíssimo coro de vozes mínimas entra,
como um arrepio, por nós adentro e ninguém,
ninguém se atreve a ignorar os meninos agachados na sombra.
O Natal chega. Aconchega. Convida.
Dura apenas o tempo de uma vela
ou a eternidade imponderável de uma memória!"
Paulo Ferreira Borges
Um comentário:
Também passei hoje.
2 beijinhos
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